Lendas dos Orixás

Oxumaré

Oxumare

“Senhor da chuva e do arco-íris”

Oxumaré representa a continuidade, o movimento, a eternidade e a riqueza.

É o orixá de todos os ciclos. Sem a sua força o mundo acabaria, pois o Universo é dinâmico, e a Terra também se encontra em constante movimento.

Oxumaré é, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Nos seis meses que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris, que faz a união entre o céu e a terra, visto como uma serpente celestial. Assim sendo, Oxumaré tem o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Este é um fenómeno físico, no qual o sol se reflecte nas pequenas gotas de água, que por sua vez ao se evaporarem na atmosfera vão permitir a formação das nuvens. Através destas, a água evaporada volta de novo à terra sob a forma de chuva, para fertilizar os solos. E assim sucessivamente: evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas …

Nos seis meses seguintes, o orixá assume a forma feminina representada por uma cobra, que se enrosca em torno de si mesma e morde a própria cauda. Ao proceder a este ritual, Oxumaré enrola-se em volta da terra, impedindo que ela se desagregue, gerando assim o movimento de rotação, bem como toda a movimentação dos astros no espaço. Oxumaré é então, o Orixá do princípio da dualidade, que representa os opostos, tais como: o masculino e o feminino; o bem e o mal; a chuva e o tempo bom; o dia e a noite; a separação entre a água doce e a água salgada, respetivamente através das formas do arco-íris e da cobra. Assim sendo, estes são os principais símbolos de Oxumaré, que remetem à ideia de renovação, continuidade e riqueza.

Oxumaré é o senhor de tudo o que é alongado: das extensas palmeiras e do cordão umbilical. Este deve ser enterrado aos pés de uma palmeira, cuja boa conservação, irá assegurar vida longa e próspera ao recém-nascido. Oxumaré é considerado irmão de Omolu e filho de Nanã. Seu símbolo são as duas cobras de metal, denominadas Dan, que leva nas mãos quando dança, sendo uma masculina e outra feminina. Estas fazem alusão ao seu carácter duplo de macho e fêmea, que também aparece nas cores vermelhas e azul, que cercam o arco-íris. As cachoeiras em que o arco-íris é constante são os locais mais apropriados para cultuar Oxumaré. A ele são feitas oferendas de patos e pratos de comida onde se misturam feijão, milho e camarões cozidos no azeite-de-dendê. As pessoas dedicadas a Oxumaré usam colares de contas amarelas e verdes e a Terça-feira, é o dia da semana que lhe é consagrado.

Na religião católica, Oxumaré é sincretizado com São Bartolomeu.

Saudação: “A Run Boboi”