Lendas dos Orixás

Ogum

Senhor do ferro e da guerra

Ogum é o Deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia. É a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o em instrumento de luta. Ogum é o temível guerreiro, violento e implacável, cujo poder se vai expandindo para além da luta. É protetor dos motoristas, mecânicos, maquinistas, marceneiros, metalúrgicos, sapateiros, escultores, militares, caçadores, agricultores, ferreiros e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou outros metais.


Ogum é o orixá do progresso, é aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada e promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte. Ele é então, o símbolo do trabalho, da expansão, da produção e da atividade criadora do homem sobre a Natureza. É visto como a divindade da tecnologia.


Ogum é imparcial e não tolera a mentira, gosta dos assuntos resolvidos com poucas palavras, e fala diretamente a verdade, sem se preocupar em adaptar o discurso à pessoa ou à situação. Ogum é um líder nato! Nas situações mais difíceis é ele que vai na frente, de peito aberto como o clássico guerreiro. Não há dificuldade que Ogum não enfrente com bravura e valentia. As guerras e as batalhas, são por isso, os seus maiores prazeres. Quando irado é destruidor e vingativo; quando apaixonado não se contenta em esperar, nem aceita rejeição. No entanto, a violência de Ogum nunca é em vão, tendo sempre um objetivo justo e implacável como fim a atingir. Ogum é um guerreiro temido, mas é também o protetor mais dedicado, pois sabe amparar seus filhos e não deixa que nada lhes falte.


Ogum é o senhor das encruzilhadas, aquele que abre todos os caminhos, protegendo as pessoas em locais perigosos. Domina a rua com o auxílio dos Exus, os reis das encruzilhadas.


Os símbolos das atividades de Ogum são representados por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, ponta de flecha e enxó. Por isso, o número sete, é associado a Ogum. Ele tem também as suas insígnias e apetrechos de guerreiro: em primeiro lugar a espada, depois a lança, o capacete, o escudo e a couraça de aço. Ogum é o dono da faca (òbe), com a qual se fazem os sacrifícios aos deuses. Tal como Exu, também Ogum tem posição de destaque no início de um ritual. Sem sua permissão e proteção, nenhum dos trabalhos úteis e proveitosos seriam possíveis. Ele é então o primeiro, que abre o caminho para os outros orixás.


Nas festas de Ogum não pode faltar a feijoada, o seu prato predileto, e a distribuição de pães que representam o inhame – “O pão-nosso de cada dia.”


O dia consagrado a Ogum é a Terça-feira e as suas cores são o azul-escuro e o verde. Na religião católica, Ogum é sincretizado com São Jorge.


Saudação: ”Ògun Yé”

Orixá Ogum