Lendas dos Orixás

Pombagira

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“O Exu Feminino”

O termo Pomba-Gira deriva da palavra “Bombogira”, que em Nagô significa Exu. Diz-se que esta entidade é uma mulher da rua, uma prostituta, mas na verdade é um Exu feminino. Em alguns casos específicos pode ocorrer que uma delas tivesse sido prostituta aquando de uma encarnação. No entanto, isso não significa, que todas as Pombas-Giras tenham sido prostitutas em vidas passadas.

Esta entidade é uma figura presente e comum em diversos Candomblés, e a sua função está relacionada com a sensualidade. É uma grande conhecedora das fraquezas humanas e executora da Lei e do Karma. Dirige as energias sexuais para a construção evitando as destruições, e quando um espírito é muito viciado em sexo cabe a ela esgotar os vícios ligados ao mesmo. É um espírito alegre, divertido e que gosta de conversar sobre a vida. É astuta e inteligente, pois conhece a maioria das más intenções e consegue estender os assuntos até chegar à essência da questão em causa.

Em tempos passados, a Pomba-Gira viveu entre os seres humanos e foi muito descriminada, por ser apenas uma mulher de extrema beleza. Sofreu preconceitos e humilhações tornando-se escrava dos prazeres carnais por parte dos nobres, vivendo às escondidas e sufocando os seus sonhos e desejos mais íntimos. Mais tarde, começaram a surgir sociedades denominadas Cabarés nos quais ela se reunia para o prazer de receber os homens, começando aos poucos a conquistar a sua liberdade e respeito, de forma a conseguir realizar os seus sonhos e desejos, que antes eram exclusivos ao sexo masculino.

Ao manifestar-se, traz em si uma grande energia sensual, que ajuda a descarregar o ambiente de todo o tipo de energia negativa.

Esta entidade feminina quando se manifesta vem sempre linda, jovem e feliz, usando cabelos soltos, saias rodadas e vaidosos enfeites na cabeça. Tem um grande senso de humor, é sorridente, espalhafatosa, cheia de malícia e tem uma liberdade de expressão invejável. As danças são desenfreadas, frenéticas, quase sem controlo ou compostura. A Pomba-Gira acredita que para gerar a vida, o amor é o mais importante na união de duas pessoas. Assim, com a finalidade de realizar um sonho que culmina com o sexo, ela utiliza o seu poder e a sua magia para manipular a Natureza, e conceber desta forma a união de duas almas. Esta entidade tem o poder de ler as cartas, as mãos, fazer trabalhos para ajudar a vencer obstáculos, ajudar as pessoas a serem felizes no amor, resolver problemas de desarmonia conjugal e muitas outras contrariedades da vida. A Pomba-Gira subdivide-se em várias linhas, com nomes próprios de acordo com a sua área de actividade. Podem destacar-se por exemplo a linha das Encruzilhadas, do Cemitério, dos Locais Ermos, entre muitas outras.

As suas oferendas são inúmeras, sempre acompanhadas de champanhe, bons vinhos e bebidas fortes como o Gin ou o Whisky. Também se podem oferecer charutos, cigarrilhas e cigarros de boa qualidade, flores vermelhas sempre em número ímpar, espelhos, enfeites, jóias, bijuterias, batons, perfumes, enfim todos os acessórios que a mulher gosta e presa para se embelezar. As cores predominantes são o preto e o vermelho e as roupas que veste são saias rodadas das mesmas cores, acompanhadas de muitos enfeites.

Esta entidade feminina quando se manifesta vem sempre linda, jovem e feliz, usando cabelos soltos, saias rodadas e vaidosos enfeites na cabeça. Tem um grande senso de humor, é sorridente, espalhafatosa, cheia de malícia e tem uma liberdade de expressão invejável. As danças são desenfreadas, frenéticas, quase sem controlo ou compostura.

Ao invocar esta entidade, é importante não esquecer que tem uma personalidade forte e complexa, não perdoando uma falta de palavra dada. Não deve ser invocada para trazer prejuízo ao próximo, pois a dívida Kármica adquirida ficará por conta de quem a invocou. Diz-se que a Pomba-Gira pode ser sentida à noite, percorrendo os caminhos dos seres humanos, especialmente nos lugares ermos, movimentados e nos locais onde haja música, alegria e diversão.

A Segunda-feira é o dia da semana que lhe é consagrado.

Saudação: “Laróié”